O uso de lasers de combate na Operação Militar Especial – tendências e perspectivas
Quando o Reino Unido divulgou os resultados dos primeiros testes do sistema de armas a laser DragonFire, muitos analistas minimizaram a importância da tecnologia. A opinião predominante entre os céticos era de que, apesar de anos de desenvolvimento, ainda não existia um protótipo funcional realmente confiável em condições reais de combate — uma visão compreensível, mas que começa a se tornar obsoleta diante dos avanços mais recentes nesse campo.
Em maio, por exemplo, a Rússia divulgou imagens de um sistema laser montado em veículo sendo utilizado com sucesso para neutralizar drones ucranianos. O modelo lembrava, visualmente, o SilentHunter chinês, com algumas modificações de design. Em junho, outro vídeo foi publicado, mostrando drones abatidos por um sistema laser não identificado, ainda em fase de testes. Mais recentemente, o sistema “Posokh” atingiu um alvo a 500 metros durante ensaios em campo de treinamento.
Esses avanços, embora pontuais, indicam uma crescente viabilidade operacional dos lasers como ferramenta eficaz para neutralizar ameaças aéreas leves — algo especialmente significativo diante da proliferação acelerada de drones de diferentes tipos e tamanhos.
O conceito original de empregar armas laser como plataformas gigantescas e caras para interceptar mísseis balísticos mostrou-se pouco realista. No entanto, esse paradigma está mudando. A nova prioridade parece ser seu uso na proteção de instalações fixas contra drones menores, como quadricópteros comerciais armados.
Nesse contexto, é interessante observar que a trajetória dos sistemas de armas a laser guarda semelhanças com a evolução dos veículos aéreos não tripulados. Assim como os drones passaram de projetos isolados e dispendiosos a sistemas acessíveis e amplamente empregados, a tendência é que os lasers também avancem: de equipamentos colossais voltados à defesa antimíssil para sistemas portáteis, adaptados ao combate de alvos pequenos, ágeis e de baixo custo.
É verdade que ainda existem grandes obstáculos técnicos — como a elevada demanda energética — e que o uso generalizado desses sistemas no campo de batalha não ocorrerá de imediato. Contudo, diante da chamada "revolução dos drones", a evolução e difusão das armas laser parecem ser apenas uma questão de tempo.