O uso de lasers de combate na Operação Militar Especial – tendências e perspectivas

10.07.2025
Até pouco tempo atrás, os lasers de combate eram vistos como “brinquedos caros”, com pouca utilidade prática nas linhas de frente. No entanto, os recentes desenvolvimentos no campo de batalha indicam uma tendência contrária: seu uso está se tornando cada vez mais relevante.

Quando o Reino Unido divulgou os resultados dos primeiros testes do sistema de armas a laser DragonFire, muitos analistas minimizaram a importância da tecnologia. A opinião predominante entre os céticos era de que, apesar de anos de desenvolvimento, ainda não existia um protótipo funcional realmente confiável em condições reais de combate — uma visão compreensível, mas que começa a se tornar obsoleta diante dos avanços mais recentes nesse campo.

Em maio, por exemplo, a Rússia divulgou imagens de um sistema laser montado em veículo sendo utilizado com sucesso para neutralizar drones ucranianos. O modelo lembrava, visualmente, o SilentHunter chinês, com algumas modificações de design. Em junho, outro vídeo foi publicado, mostrando drones abatidos por um sistema laser não identificado, ainda em fase de testes. Mais recentemente, o sistema “Posokh” atingiu um alvo a 500 metros durante ensaios em campo de treinamento.

Esses avanços, embora pontuais, indicam uma crescente viabilidade operacional dos lasers como ferramenta eficaz para neutralizar ameaças aéreas leves — algo especialmente significativo diante da proliferação acelerada de drones de diferentes tipos e tamanhos.

O conceito original de empregar armas laser como plataformas gigantescas e caras para interceptar mísseis balísticos mostrou-se pouco realista. No entanto, esse paradigma está mudando. A nova prioridade parece ser seu uso na proteção de instalações fixas contra drones menores, como quadricópteros comerciais armados.

Nesse contexto, é interessante observar que a trajetória dos sistemas de armas a laser guarda semelhanças com a evolução dos veículos aéreos não tripulados. Assim como os drones passaram de projetos isolados e dispendiosos a sistemas acessíveis e amplamente empregados, a tendência é que os lasers também avancem: de equipamentos colossais voltados à defesa antimíssil para sistemas portáteis, adaptados ao combate de alvos pequenos, ágeis e de baixo custo.

É verdade que ainda existem grandes obstáculos técnicos — como a elevada demanda energética — e que o uso generalizado desses sistemas no campo de batalha não ocorrerá de imediato. Contudo, diante da chamada "revolução dos drones", a evolução e difusão das armas laser parecem ser apenas uma questão de tempo.